sábado, março 15, 2014

PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO E UM ALERTA SOBRE O MERCADO PARARELO

RESENHA

ZATZ, M. GENÉTICA: Escolhas que nossos avós não faziam. 1. Ed.

São Paulo: Globo, 2011.

BOOK REVIEW: GENETICS: CHOICES THAT OUR GRANDPARENTS DID NOT.


PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO
E UM ALERTA SOBRE O MERCADO PARARELO


Monalisa Geossandra de Araújo
O nosso objeto de estudos, hoje, se refere ao Capítulo 9, do livro Genética: escolhas que nossos avós não faziam”, de autoria da pesquisadora Mayana Zatz. Seu livro foi publicado em 2011, pela Editora Globo, e é uma referência quando se fala do assunto. O Capítulo, intitulado “Pesquisas com Células-Tronco e um alerta sobre o mercado paralelo”, mostra a preocupação da autora desde que a Lei de Biossegurança, nº 11.105, de 24 de março de 2005, foi aprovada e regulamentada, permitindo pesquisas com Células-Tronco obtidas de embriões congelados produzidos por fertilização in vitro.
Mayana, que é uma pesquisadora da USP, conhecida internacionalmente, e participou ativamente da aprovação pelo Congresso Nacional das pesquisas com Células-Tronco embrionárias, traz um pouco de sua experiência para o cotidiano das pessoas.  Segundo ela afirma “A Genética está para o século XXI, assim como a Física esteve para o século XX”.
A polêmica em torno das Células-Tronco embrionárias tomou conta do país quando o Congresso nacional discutia a aprovação da Lei de Biossegurança, que estabelece normas e mecanismos de fiscalização em todas as atividades relacionadas a organismos geneticamente modificados e permite as pesquisas com essas células obtidas de embriões humanos supranumerários. Após muitos debates de cientistas a favor ou contra, em maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal aprovou, sem restrições, os avanços com células-tronco embrionárias, no país.
A autora lembra que, apesar dos avanços, há muito ainda o que fazer, e um longo caminho a ser percorrido, e que tudo isso leva tempo. Novas ideias precisam ser testadas: primeiro no laboratório, em culturas de células, e depois em modelo animal. Às vezes, o que parece promissor no laboratório não funciona em modelo animal. E, às vezes, o que funciona em animais não funciona em humanos.
Ela também alerta sobre o mercado paralelo, e até mesmo para a propaganda enganosa. “Tais procedimentos, envoltos em mistério, não têm protocolo de pesquisa, não se sabe o que é utilizado, não há acompanhamento dos pacientes e nem comparação dos resultados”.
Ironicamente, apesar do envolvimento pessoal da pesquisadora na aprovação das pesquisas com células-tronco embrionárias, ela tem se dedicado a um subgrupo especial de células-tronco adultas, as células-tronco mesenquimais. As únicas, segundo ela afirma, com o potencial de formar todos os 216 tipos celulares do corpo. Além disso, a luta para a aprovação da Lei de Biossegurança envolvia outro ideal: a liberdade para fazer pesquisas sem restrições, sem imposições religiosas, as mesmas que são realizadas nos países mais desenvolvidos.
Na verdade, descobrir um tratamento para as doenças neuromusculares tem sido o projeto de vida da pesquisadora. Segundo ela afirma, “não estamos longe de iniciar ensaios terapêuticos em pacientes”. Mas, faz questão de lembrar: “Ensaios clínicos são pesquisas, não ainda tratamento”.

Monalisa Geossandra de Araújo — 17 anos.
Cursa  Fisioterapia — Faculdades  INTA Sobral CE.

Informações bibliográficas

Título
Genética: Escolhas que nossos avós não faziam
Autor
Mayana Zatz
Editora
Globo Livros, 2011
Num. págs.
207 páginas   

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