RESENHA
ZATZ, M.
GENÉTICA: Escolhas que nossos avós não faziam. 1. Ed.
São Paulo: Globo, 2011.
BOOK REVIEW: GENETICS: CHOICES THAT OUR GRANDPARENTS
DID NOT.
PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO
E UM ALERTA SOBRE O MERCADO PARARELO
Monalisa Geossandra de Araújo |
O
nosso objeto de estudos, hoje, se refere ao Capítulo 9, do livro “Genética: escolhas que nossos avós não
faziam”, de autoria da pesquisadora Mayana Zatz. Seu livro foi publicado em
2011, pela Editora Globo, e é uma referência quando se fala do assunto. O Capítulo,
intitulado “Pesquisas
com Células-Tronco e um alerta sobre o mercado paralelo”,
mostra a preocupação da autora desde que a Lei de Biossegurança, nº 11.105, de
24 de março de 2005, foi aprovada e regulamentada, permitindo pesquisas com Células-Tronco
obtidas de embriões congelados produzidos por fertilização in vitro.
Mayana, que é uma
pesquisadora da USP, conhecida internacionalmente, e participou ativamente da
aprovação pelo Congresso Nacional das pesquisas com Células-Tronco
embrionárias, traz um pouco de sua experiência para o cotidiano das pessoas. Segundo ela afirma “A Genética está para o
século XXI, assim como a Física esteve para o século XX”.
A polêmica em
torno das Células-Tronco embrionárias tomou conta do país quando o Congresso
nacional discutia a aprovação da Lei de Biossegurança, que estabelece normas e
mecanismos de fiscalização em todas as atividades relacionadas a organismos
geneticamente modificados e permite as pesquisas com essas células obtidas de
embriões humanos supranumerários. Após muitos debates de cientistas a favor ou
contra, em maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal aprovou, sem restrições, os
avanços com células-tronco embrionárias, no país.
A autora lembra
que, apesar dos avanços, há muito ainda o que fazer, e um longo caminho a ser
percorrido, e que tudo isso leva tempo. Novas ideias precisam ser testadas:
primeiro no laboratório, em culturas de células, e depois em modelo animal. Às
vezes, o que parece promissor no laboratório não funciona em modelo animal. E,
às vezes, o que funciona em animais não funciona em humanos.
Ela também alerta
sobre o mercado paralelo, e até mesmo para a propaganda enganosa. “Tais
procedimentos, envoltos em mistério, não têm protocolo de pesquisa, não se sabe
o que é utilizado, não há acompanhamento dos pacientes e nem comparação dos
resultados”.
Ironicamente,
apesar do envolvimento pessoal da pesquisadora na aprovação das pesquisas com
células-tronco embrionárias, ela tem se dedicado a um subgrupo especial de
células-tronco adultas, as células-tronco mesenquimais. As únicas, segundo ela
afirma, com o potencial de formar todos os 216 tipos celulares do corpo. Além
disso, a luta para a aprovação da Lei de Biossegurança envolvia outro ideal: a
liberdade para fazer pesquisas sem restrições, sem imposições religiosas, as
mesmas que são realizadas nos países mais desenvolvidos.
Na verdade,
descobrir um tratamento para as doenças neuromusculares tem sido o projeto de
vida da pesquisadora. Segundo ela afirma, “não estamos longe de iniciar ensaios
terapêuticos em pacientes”. Mas, faz questão de lembrar: “Ensaios clínicos são
pesquisas, não ainda tratamento”.
Monalisa
Geossandra de Araújo — 17 anos.
Cursa Fisioterapia — Faculdades INTA — Sobral — CE.
Informações bibliográficas
Título
|
Genética: Escolhas que nossos avós não faziam
|
Autor
|
Mayana Zatz
|
Editora
|
Globo Livros, 2011
|
Num. págs.
|
207 páginas
|
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